26/09/2011

ALL ABOARD?















Qual é coisa, qual é ela, que tem mais de 20,000km3 de água, chega a ter uma profundidade de 1637m e contem cerca de 20% da água fresca do mundo?

Qual é coisa, qual é ela, que tem 650km de comprimento, entre 20 a 60 de largura, foi classificado pela UNESCO como Património da Humanidade e tem a alcunha de "olho azul da Sibéria"?

É o lago mais velho do mundo!

Formado há mais de 50 milhões de anos, dizem as matemáticas que: se toda a água potável acabasse amanhã, o lago Baikal conseguia dar de beber a toda a população do mundo durante os próximos quarenta anos. Uau!

Mas factos-cientificamente-provados à parte, cá estamos.

Chovia quando chegámos... chovia enquanto comíamos... chovia enquanto conversávamos, com os americanos que também estavam no hostel em Iskutsk e que vieram de barco... chovia... chovia... e à noite a mesma coisa.















Foi bom para pôr a conversa em dia e conhecermo-nos todos melhor. Foi bom para ler um bocadinho mais do que tenho lido ultimamente. Foi bom, porque deu-me tempo para selecionar fotos, escrever uns textos, preparar uns posts. Foi bom, porque não havia nada de especial para fazer e acabámos por aceitar o desafio do Jack (o dono do hostel) e fomos, pela primeira vez na vida, fazer uma banya.

E o que é uma banya?

Assim à primeira vista, é uma sauna. É a sauna típica russa. Uma casinha com uma sala aquecida, despeja-se água nas pedras quentes, o vapor causa humidade, nada de novo. Gostei, mas tive pena que não fosse possível fazer as duas coisas que distinguem a banya de uma sauna normal: por um lado, é normal haver algum tipo de duche frio, ou neve à volta, ou algum lado gelado, para onde mergulhar depois do quentinho... ui.... e, por outro, é suposto haver uns ramos especiais, tirados de uma árvore cujo nome não me recordo... mas não era a época e o Jack não tinha os ramos, ainda. Fiz uma sauna, portanto. E soube bem - tããão bem.
















Chovia quando fomos jantar - mas menos. E quando voltámos para o hostel - ainda menos. E quando nos deitámos, depois de mais umas horas à conversa com os americanos - cada vez menos.

De manhã: céu nem-por-isso azul, sol nem-por-isso brilhante, mas não chovia. menos mau. Vamos lá ver melhor o Baikal.

















Diz que se pode beber, de tão pura que é a água do Baikal. Teoricamente, o lago tem uma determinada espécie de alga ou uns bicharocos quaisquer que filtram a poluição.

E diz que quem mergulhar as mãos no lago, ganha um ano de vida. E se for os pezinhos, cinco anos. E se for um mergulho a sério, vinte e cinco!

Como não sou ganancioso, fiquei-me por um aninho a mais. Estava muito frio para almejar a eternidade.seerio_^﷽﷽ os pezinhos, cinco anos. E se for um mergulho a sm - ttnho... ui.... e, por outro, s coisas que distinguem a banya po Além de que ouvi algumas teorias diferentes, que o mergulho afinal só valia um ano, ou que basta olhar para o lago para ganhar esse ano, ou que "leve este postal e ganha uns meses de vida", eheh.

Estava frio!

Ia lá mergulhar no Baikal, com aquele frio.

Mergulhei as mãos, sim - e já foi muito bom. E depois, enquanto o Ben e os Américas foram ver um museu que não me apetecia ver, saltei a bordo de um barco e fui dar um passeio pelo lago.















Encontrámo-nos outra vez para almoço e conversa, os americanos apanharam um autocarro de volta para Irkutsk e eu subi para o Land Rover a que já me estava a habituar. A vida tem destas ironias. Estou eu a fazer uma viagem com que sonhei tantas vezes, um clássico, o transiberiano!... e agora que estive estes dois dias a ouvir as aventuras do Ben, a partilhar quilómetros com ele... só me apetece é largar os carris e seguir estrada fora.















De volta a Irkutsk.

O Ben seguiu viagem, eu e os americanos fomos de tram para a estação. Ainda nem era meia-noite, quando partimos em mais uma etapa desta louca aventura. A última em território russo! O destino é Ulaanbaatar, a capital da Mongólia.

All aboard?

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Fantástico! "Baikalámos" muito...!