19/09/2011

SINTRA? STOLBY!


 








O segundo dia passado em Krasnoyarsk não foi bem passado em Krasnoyarsk.

Seguimos no autocarro 37 até aos subúrbios da cidade, mudámos para o 50 - mas números à parte, continuámos até já não haver nada à volta da estrada a não ser árvores. Condução impecável, não houve mais travagens nem voos de passageiros, e muito menos cenas de pancadaria com o condutor.

Tínhamos chegado à estrada que dava acesso ao famoso Parque Natural Stolby - e logo à entrada encontrámos umas amigas do Konstantin, a Natalya e a Tanya, que eram estudantes de turismo, falavam um inglês impecável, tinham acabado de voltar do Sudeste Asiático, depois de trabalharem alguns meses numa escola de mergulho na Tailândia e num resort de luxo em Antalya, Turquia.

Muitos simpáticas, giras, hiperactivas, tinham conhecido duas inglesas no autocarro, e quando o Konstantin me apresentou, sorriram um "isto está a ficar um grupo mesmo internacional".

Pouco depois: éramos um grupo.

O Konstantin e as duas amigas russas, a mãe de uma delas e um amigo. Noves fora nada, são cinco russos. Acrescente-se um tuga, duas inglesas e um casal de holandeses. Agora já só falta o Cristiano Ronaldo para fazermos uma equipa de futebol.

E quem é que precisa de um craque quando se tem a Natalya a comandar as tropas? A miúda era incansável. Não só conhecia o Parque como a palma das mãos, como tinha prazer em partilhar o que sabia. Puxava por uns, ria com outros, dava conselhos e até picnic trouxe, com direito a chá quente, bolinhos, chouriço, fruta. Impressionante.

Não: peço desculpa, mas impressionante era a mãe da Natalya. A senhora ia sempre na frente do pelotão, saltava de rocha em rocha, escalava por aqui, pulava por ali, só lhe faltava a tanga de leopardo, umas lianas e um grito convincente. Estávamos todos (incluindo a própria filha) de boca aberta com a senhora. Não só pelo binómio idade/energia mas também porque, segundo a Natalya, era a primeira vez que a senhora se metia numa aventura destas.

Quem também era estreante, mas que estava a passar um mau bocado, era a holandesa. Habituada a um país em que as maiores subidas e descidas são provavelmente as escadas rolantes dos centro comerciais, a rapariga estava com sérias dificuldades em acompanhar o ritmo do grupo. Mas verdade seja escrita: superou todas as provas, não se rogou a nenhuma escalada e por muito que fosse preciso esperar, ajudar, encorajar, puxar, empurrar, o facto é que fez tudo o que todos fizemos.

Abreviando: foi uma bela tarde passada entre floresta e montes de pedra vulcânica, parecia uma serra de Sintra em ponto gigante (só 17 mil hectares, coisa pouca).

 





























Ao fim da tarde, cada um seguiu a sua vida. Os holandeses tinham um comboio à noite para Moscovo, as inglesas ficavam mais um dia em Krasnoyarsk, os russos foram para as suas casas - e eu voltei para a estação de comboios.








  
















 Próxima (e última) paragem na Rússia: Irkutsk!

2 comentários:

LV disse...

Grande passeio. quem me dera lá estar !!!!

Clara Amorim disse...

Pelo texto e pelas fotos, foi um dia em grande...!