08/03/2013

A VOLTA AO MUNDO, ÀS CORES E ÀS COISAS

Enquanto atravesso a Rua da Noruega, cheira-me a pizza e passa na estrada um autocarro com a indicação "Arménia". Este inesperado encontro de geografias desperta-me a curiosidade e começo a reparar em nomes de ruas, em tipos de restaurantes, em tiques e sinais que a paisagem à volta me dá. Passo pela Rússia e pela Turquia; pela Alemanha, Suécia, Portugal, Japão, Holanda, Chile, Groenlândia, Cuba, Bermudas, Martinica, Honduras, Estados Unidos, França... que canseira! Tanto atlas numa avenida com nome de calendário.

Uma volta ao mundo ao longo do dia/avenida 9 de Julho.

São Paulo é mesmo assim. À chegada deu-se ares de Kuala Lumpur e Jakarta, agora atira-me à cara o mundo todo. Uma babel com sotaque de telenovela.

São Paulo é a maior cidade italiana fora de Itália. A maior cidade japonesa fora do Japão. A maior espanhola. A maior libanesa. E diz-me fonte "segura" que, hoje em dia, é também a maior cidade portuguesa fora de Portugal. Será?

Fui dar uma volta ao mundo, neste 2º dia de América Latina. Uma volta a pé, numa só tarde, numa só cidade. Uma volta por geografias e calendários, por sabores e ideias, pessoas e prédios, trânsito e cores, dúvidas e arte.







Fui dar uma volta: da casa do meu primo, em Itaim, até à Avenida Faria Lima. Depois pela 9 de Julho acima, até à Avenida Paulista. A meta inicial era a Sé, mas um "policial" anunciou ao mundo à sua volta que eu era louco e ia demorar horas a chegar lá... e eu acabei por ficar pela Paulista, atordoado pela expressão de terror do senhor agente, amaldiçoando o facto de ter vindo de chinelos´cia﷽﷽﷽﷽﷽﷽r do polxpress anterior. ias desperta-me a curiosidade e começo ntes, em tiques e sinais que a cidade me dºaum mix de .

Fui dar uma volta à Avenida Paulista: de uma ponta à outra... and back. Fascinado com a intervenção urbana nos orelhões (de que já mostrei algumas fotos, esta semana), pela gigantesca fachada de homenagem ao Oscar Niemeyer, pelos paineis do Hospital de Santa Catarina, pelo MASP. Impressionado pela personalidade desta paisagem de arquitectura e contra-culturas. Pela "dura poesia das suas esquinas". E um pouco ansioso, confesso, por causa de tantos quem-te-avisa-teu-amigo-é, não dês nas vistas, não andes com a máquina à mostra, cuidado com o telefone, se te pedirem tudo dás tudo, não leves relógio. Eu nem uso relógio.

São Paulo.

Universo de grafittis nas paredes e helicópteros no ar; de hare-krishnas sentados no muro a ver o dog-sitter passar com sete ou oito cães; da kombi que passa ruidosa com ares de velhota charmosa, rasgando uma paisagem de carros brancos, pretos e cinzas; de saltos altos, braços tatuados, cartões de crédito, sushi, caldo de cana e pastéis; do som dos skates a rolar no alcatrão que interrompe a nordestina a falar alto ao telemóvel. Desculpem: celular.










2 comentários:

Clara Amorim disse...

É caso para dizer... Uaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuu!!!

isabel disse...

Adoro São Paulo por ser tanta coisa.
Aproveita.