11/10/2014

MAS QUE BELA RECEPÇÃO

Que eu gosto da Birmânia, não é novidade nenhuma. Já confessei várias vezes, aqui no blog como em conversas várias e no facebook, aquilo que sinto por este país de sorrisos brancos e pagodas dourados.

Mas que a Birmânia gostava de mim.

A sério? Ora vejamos.

Aterrei e saí num instante, não havia fila na Imigração e a mochila foi das primeiras a aparecer no tapete. Apanhei um taxi, não me tentaram enganar, coisa rara num taxista de aeroporto, desculpem-me os meus leitores taxistas, eu sei que são muitos mas há que admitir. Adiante: cheguei ao centro da cidade num instante, não havia trânsito, isto parece bom demais para ser verdade, e no hotel era só sorrisos e boas-vindas. Até aqui tudo bem, tive sorte, é a Birmânia a sorrir. A Birmânia é mesmo assim. Mas depois anunciam-me na recepção que vou ter um quarto especial, levam-me à porta e quando entro é tipo suite familiar, com quarto e uma sala, mais casa de banho e varanda, um pequeno apartamento que é enorme para o que preciso, isto para uma pessoa é um exagero.

Sendo assim, estão todos convidados para vir cá tomar um cházinho.

E como se não bastasse o hotel, é a cidade toda em festa. Na rua em frente e na avenida que passa na esquina há uma feira popular improvisada, barraquinhas a vender comida, carrocéis e rodas gigantes, bancas com jogos vários, encantadores de cobras, algodão doce, baratas fritas, sticky rice em canas de bambu. A avenida está cortada ao trânsito, as ruas cheias de gente, famílias inteiras a passear, grupos de amigos a rir, rapazes a meter-se com as raparigas, miúdos a tirar selfies, crianças aos saltos num castelo insuflável - e depois há as bancas de marcas a promover os seus produtos, experimenta lá que é bom, e se comprares até tens desconto. Há música pop e o cheiro a fritos no ar. Heeeeeey, sexy lady... e há um palco montado ao fim da rua, cantores a cantar, pessoas a bater palmas, que energia boa.

"Tudo isto para si, Jorge. Estamos felizes de o ter de volta. Bem-vindo."

"Desculpe?"

Desperto desta espécie de sonho, o recepcionista está ao meu lado enquanto eu me perco nas emoções que acontecem à minha frente.

"Hoje é a lua cheia de Outubro, que marca o fim da "quaresma" budista. Bem-vindo a Yangon."

Arrumei as mochilas no quarto, tomei um banho e saí para a rua cheia de gente. Fui dar uma volta e aqui ficam algumas fotos:



Sim: baratas fritas. Não me enganei, não é gralha, apesar do "r" e do "t" estarem mesmo ao lado um do outro, no teclado. Era mesmo "baratas" que eu queria escrever. Baratas, grilos e gafanhotos. Fritos, que delícia.

Para quem gosta.







2 comentários:

Lv disse...

Dispenso as baratas e iguarias semelhantes ...... 😊

Clara Amorim disse...

Fotos deliciosas!!! :)